Nota de falecimento: Claudio Galeazzi

CLAUDIO GALEAZZI,

por Bruno de Queiroz

“Integridade, ética e franqueza são valores que devem permear nossas relações profissionais e são inegociáveis” (C. Galeazzi)

Foto: Felipe Rau|Estadão

Hoje (02/03/2023) nos despedimos de Claudio Galeazzi, um dos precursores da reestruturação de empresas do país. Ainda me recordo de quando comecei na consultoria que leva seu sobrenome, em  2002, um jovem profissional recém-chegado em São Paulo. Na época, tive a felicidade e a sorte de ser escalado para trabalhar num projeto que era conduzido por ele. Foi  uma experiência absurdamente enriquecedora. Conviver no dia a dia com o Claudio num projeto de reestruturação era equivalente a um MBA das melhores escolas do mundo na prática.

Terminado esse projeto, parti para um segundo desafio, mais uma vez sob a gestão do Claudio. O projeto era enorme, estávamos lidando com a reestruturação de todo o conglomerado de mídia Grupo Estado, e ele foi o nosso maestro. Não preciso dizer que foi um sucesso e mais uma experiência única. Claudio foi, sem dúvida, meu primeiro grande mentor e continuará sendo uma referência importante para o futuro.

Essas duas oportunidades que tive, no início de minha carreira profissional, foram fundamentais para minha formação como gestor. A Galeazzi é o local onde fui forjado, onde passei a maior parte da minha vida profissional e ter convivido com o Claudio, seja em projetos, seja no dia a dia, foi uma grande benção. Aprendi muito sempre através do exemplo. Aprendi que integridade, ética e franqueza são valores que devem permear nossas relações profissionais e são inegociáveis. Apesar de sua fama de durão, Claudio era um cara que tratava as pessoas com muito respeito e carinho, sempre disposto a ensinar e a ajudar no que fosse preciso. Um gestor humano, numa época em que isso ainda não era tão valorizado.

Quando retornei à Galeazzi, ele já não estava no dia a dia, mas ainda atuava como gestor em empresas e, em algumas ocasiões, atuamos em conjunto. Encontrá-lo no escritório sempre foi um momento especial. Uma conversa sobre os projetos, um abraço fraternal, troca de conhecimento ou apenas jogar papo fora. Claudio deixou de ser um simples gestor para se tornar um amigo.

Felizmente, tive a benção (outra vez) de reencontrá-lo no final do ano passado numa rara passagem no escritório, quando pude falar para ele sobre minha admiração e gratidão por ter tido a oportunidade de conviver e aprender com ele. Nem sempre temos essa oportunidade e, para mim, foi algo extremamente reconfortante, até porque pude dar-lhe um abraço, que agora sei que foi de despedida.

Durante a cerimônia de despedida do Claudio, a que melhor reflete a síntese dos seus ensinamentos foi dita por seu filho, Luiz Galeazzi, e que transcrevo a seguir: “o sucesso é 99% transpiração, mas é preciso 1% de sorte para dar certo”.

A nós, daqui em diante, cabe dar continuidade ao seu legado, transpirando cada vez mais, certos de que ele, onde estiver, está nos guiando, olhando por nós e, provavelmente, enviando o 1% de sorte que precisamos para permanecer seguindo em frente. Sentirei muita falta do mentor, do gestor e do amigo, mas sei que estará sempre comigo.

Obrigado por tudo!

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