Nota de falecimento: Luiz Claudio Galeazzi

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É com profundo pesar que recebemos a notícia do trágico acidente aéreo ocorrido na região central da cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, que resultou na perda de nosso amigo Luiz Claudio Galeazzi, sua esposa e filhas e outros entes queridos. Foram dez vidas preciosas, todas pertencentes à mesma família. Neste momento de dor e consternação, expressamos nossas mais sinceras condolências aos familiares e amigos das vítimas.

A perda de uma família inteira em circunstâncias tão devastadoras é uma tragédia que toca a todos nós profundamente. Que a força e a união prevaleçam entre os entes queridos que ficaram, e que encontrem conforto nas memórias dos momentos compartilhados com aqueles que partiram.

Estamos solidários com todos os afetados por esta tragédia e oferecemos nosso apoio e orações. Que as almas das vítimas descansem em paz e que seus familiares encontrem a força necessária para enfrentar este momento de imensa tristeza.

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As Famílias Galeazzi, Niro e Guimarães convidam a todos para a Missa de 7º Dia, que será realizada no próximo sábado, dia 28/12, às 11h, na Paróquia de São José, à Rua Dinamarca, 32, no Jardim Europa, na cidade de São Paulo-SP.


Leia emocionante depoimento do Dr. Flavio Rodrigues sobre o amigo Luiz Claudio.
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Hoje foi um um dia triste, e eu passei a maior parte do dia pensando se eu deveria fazer alguma coisa, dizer, escrever, o que eu deveria escrever e onde, se escrevesse, deveria postar. Confesso que eu ainda não encontrei uma resposta perfeita, se é que ela existe, mas essa é a resposta que eu consegui encontrar.

Conheci o Luiz Galeazzi há muitos anos, quando ele, talvez, nem pensasse em fazer parte da Galeazzi que, muito tempo depois, ficou com a cara dele. Essa foto é de 2004, quando ele deixou os seus próprios negócios e entrou na Galeazzi. Esse ainda é o primeiro escritório da Galeazzi, que ocupava meio andar num prédio da Berrini. Muitos colegas que aparecem nessa foto seguiram seus caminhos, outros saíram e depois voltaram, e uma, em especial, muito querida, está lá até hoje e, ao menos na minha concepção, se confunde com a história da Galeazzi.

O Luiz fez todo o caminho na Galeazzi. Começou como membro júnior de uma equipe de reestruturação, foi aprendendo, avançando nas etapas do amadurecimento profissional desse negócio maluco que é a reestruturação de empresas, até passar ao ponto de coordenar e ensinar. E muita gente aprendeu com ele. O Luiz era uma pessoa de posicionamentos firmes e claros, diretos, rápidos. Você podia concordar, discordar, gostar, ou não gostar. Mas você nunca teria dúvidas sobre ele.

Concordamos muitas vezes. Discordamos outras tantas. Ficamos distantes. Ficamos próximos. Eu saí da Galeazzi no final de janeiro de 2021. E estava novamente fazendo parte do time em projetos somente dois ou três meses depois disso. Trabalhei com ele até julho deste ano. E ele sempre, em todos os momentos, me chamou de Flavião – como fazem as pessoas que gostam de mim. Mesmo quando discordava de mim, ou não gostava do que eu havia dito.

Voei muitas vezes com ele. Várias vezes só eu e ele. Voar era a paixão dele. Era o que ele gostava de fazer. Eu nunca convivi com ele em família ou fora do ambiente de trabalho. Mas voando eu via outra pessoa, diferente do profissional duro que, muitas vezes, um processo de reestruturação exige. Ali ele era apenas o Luiz, pilotando. Eu costumava filmar os pousos e decolagens, e depois mandava os vídeos para ele. Várias histórias e lembranças me ocorrem, e vou guardar todas com muito carinho.

Uma vez eu perguntei se ele confiava no avião, e ele me respondeu assim: “Flavião, esse é o avião em que eu voo com a minha mulher e as minhas filhas. Claro que eu confio nele!” E hoje ele se foi, no avião em que confiava, com as pessoas que ele mais amava no mundo.

Foi um domingo triste, muito triste. E eu continuo sem saber o que dizer. Talvez eu nunca saiba.

Vá em paz, Luiz. Vá em paz com as pessoas que você amou, e com a grandeza de nunca ter deixado de ser a pessoa em que você acreditava. Você fará muita falta. E eu terei sempre muita saudade de você. E, muito provavelmente, nunca saberei o que dizer a respeito desse 22 de dezembro de 2024.

Que dia triste.